tão meu esse vácuo
que nele para outros seres
não há espaço
tão fundo meu céu
que nele abortam-se e morrem
dos sonhos, os olhos
tão oca minha morada
que nela costuro e colho
as blasfêmias do meu epitáfio
tão frio o meu inferno
que nele estendo meus dedos
e incinero-os ao gelo
tão solitário o meu grito
que nele, letras e palavras
comem e bebem, raizes
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