quinta-feira, 31 de julho de 2014
ao pó...
nascem olhos
tenros, novos
com fome
gulosos
luxuriosos,
a cada gesto
a cada verbo
crescem
escada acima
inferno a dentro
e
a cada erro
a cada acerto
caóticos
tortos
murcham
sem reflexo
sem eixo
secos,
e sem voz
morrem
sós...
sábado, 26 de julho de 2014
das mudas...
do que era incolor
do que era cólera
do vermelho fúria
ao branco que ruge
das vozes em desuso
em mãos aos soluços
das palavras aos murros
aos versos rubros
um nada quase mútuo
olhos e poesia e tudo...
do que era cólera
do vermelho fúria
ao branco que ruge
das vozes em desuso
em mãos aos soluços
das palavras aos murros
aos versos rubros
um nada quase mútuo
olhos e poesia e tudo...
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Navegue comigo...
Deus, dê-me suas mãos,
navegue comigo
Vamos juntos explorar
continentes, mares,
casebres, mansões
Entre os humanos na terra
sondar vossos lares
Veja os filhos teus,
muitos estão em guerra!
Outros tem a face descarnada
é a fome, avassala-os sem pudores,
Ouça o gemido de vidas abortadas,
Navegue comigo, meu Deus,
O universo é teu....
Se há flores, há dores,
filas de ovelhas a esmolar
Crianças exploradas,
Velhice desrespeitada...
Observe as estrelas, são tuas
Empreste o brilho delas
aos errantes
Deixe o sol iluminar
os descaminhos,
Deus, são filhos teus!
Nos sertões, nas ruas
Todos navegantes
Ah! Os bem sucedidos...
Minoria ou bandidos?
Acredite meu Deus,
Esse mundo é teu
Navegue por ele
Desça ao inferno das almas suplicantes!
Mostre-se aos meninos que se drogam
Mostre-se às meninas que se prostituem!
Mostre-se ao abandono dos animais
Navegue!
Seja menos Deus, misture-se ao homem!
Somos gratos pelas vidas socorridas
crianças em lixos, acolhidas, filhas tuas
Mas não faças disso um milagre!
Navegue! Faça o bem ser normal
Nos envolva com a magia da lua
Seja nosso abrigo natural,
Não me deixe crer
Que Deus é ateu...
terça-feira, 15 de julho de 2014
das safras...
há dias
que letras carrego
em outros, elas,
carregam-me
ora sou carga
ora sou escrava
palavra
que letras carrego
em outros, elas,
carregam-me
ora sou carga
ora sou escrava
palavra
sábado, 12 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
36
no frigir dos olhos
na copa e na cozinha
restaram os copos...
e os cães agradecem
a ausência dos fogos
domingo, 6 de julho de 2014
dos esgotos...
ouço vozes
ouço minúcias
ouço a lua
e estaco, quase pêndulo
presa em um meio fio torto
ao sabor do que destoa
o centro, ali ao lado
faz pirraça, faz pouco
de minhas escolhas
e eu,
hermética, cética
isolo-me...
ouço olhos
ouço exclusos
ouço escuros...
sábado, 5 de julho de 2014
das impossibilidades...
o que hei de fazer
com tantos espinhos
que teimam caminhos
pudesse varrê-los
pudesse baní-los
extirpar dos meus pés
a dor de não ter uma saga
onde possa plantar sóis e fé
mas...
se tudo é quase
se tudo é necrose
e se entre os espinhos
encontro, a rosa, a prosa,
o silêncio, a voz e a poesia
não tenho um fazer
não há, não hei..
com tantos espinhos
que teimam caminhos
pudesse varrê-los
pudesse baní-los
extirpar dos meus pés
a dor de não ter uma saga
onde possa plantar sóis e fé
mas...
se tudo é quase
se tudo é necrose
e se entre os espinhos
encontro, a rosa, a prosa,
o silêncio, a voz e a poesia
não tenho um fazer
não há, não hei..
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