sábado, 28 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
terça-feira, 24 de junho de 2014
das perdas
prenderam o fôlego
olhos, mãos e joelhos
não ousavam os olhos
atravessarem as letras
não ousavam as mãos
apressarem um desfecho
não ousavam os joelhos
a dobrarem-se aos devaneios
prenderam-se ao medo
perderam-se no tempo
olhos, mãos e joelhos
não ousavam os olhos
atravessarem as letras
não ousavam as mãos
apressarem um desfecho
não ousavam os joelhos
a dobrarem-se aos devaneios
prenderam-se ao medo
perderam-se no tempo
segunda-feira, 23 de junho de 2014
das palavras
gosto de palavras novas
gosto de palavras antigas
gosto da palavra, poesia
dentro dela cabem
sangue e água
morte e vida
cura e vício...
quarta-feira, 18 de junho de 2014
dos andrajos
tenho pensado
nos sapatos mortos
que deixei sem pés
nos trapos
e nos farrapos cinzas
ainda vivos
esses que insisto carregar
pra lá e pra cá, acolá
sem ter onde ficar
dia ou outro
enojam-me e em espasmos
tento cuspí-los, vomitá-los
e aqueles sapatos
abandonados dizem-me
tire deles, a fé...
bolinam minha carne
açoitam minhas palavras
insinuam-se em minha escrita
numa vingança ao vazio
ao vácuo, imploram-me
aos andrajos, a lápide...
nos sapatos mortos
que deixei sem pés
nos trapos
e nos farrapos cinzas
ainda vivos
esses que insisto carregar
pra lá e pra cá, acolá
sem ter onde ficar
dia ou outro
enojam-me e em espasmos
tento cuspí-los, vomitá-los
e aqueles sapatos
abandonados dizem-me
tire deles, a fé...
bolinam minha carne
açoitam minhas palavras
insinuam-se em minha escrita
numa vingança ao vazio
ao vácuo, imploram-me
aos andrajos, a lápide...
terça-feira, 17 de junho de 2014
dos ninhos...
espinho a espinho
desconstruí meus ninhos
de vazio em vazio
teci minhas palavras
de palavra em palavra
libertei minhas asas
assim, sem início
sem fios, só fim...
sem pouso
da carne me desprendo
e minha alma
em poesia, voa...
domingo, 15 de junho de 2014
nada...
não sei se de riso
não sei se de choro
um gozo invertido
ao ver-te do avesso
o que era tão formoso
em palavras e frases alheias
hoje, nu e cru
sem os olhos em teias
é feio
é feio
um feio encontrado
no gado marcado
sem face
sem metáforas
sem o corte da faca
sem ser excluído da farra
só mais um
em meio ao nada...
nada
mas...
ando pisando
em entrelinhas
em silêncios
de costas
aos meus erros, meus eus
repetindo tanto faz
se rezo um mantra
em sinagogas de letras
aos pés da insônia
num paradoxo
a poesia refaz-se
e nega-me um cais
implora-me
as dores e as delícias
dos meus ais...
não tanto faz
só esse tanto fez
a pedir mais e mais
em entrelinhas
em silêncios
de costas
aos meus erros, meus eus
repetindo tanto faz
se rezo um mantra
em sinagogas de letras
aos pés da insônia
num paradoxo
a poesia refaz-se
e nega-me um cais
implora-me
as dores e as delícias
dos meus ais...
não tanto faz
só esse tanto fez
a pedir mais e mais
domingo, 8 de junho de 2014
dos sonhos...
insiste a noite
nessa insônia sem fim
dama dos pesares
meu calcanhar de aquiles
como se fossem as horas
palpáveis, tangíveis e táteis...
ao meu redor, caminham
em salto alto, quase agulha
não fecho os olhos
esses alheios ao mundo
não derrubo dos sonhos
os tijolos, os muros
entre os pesadelos
desço, mais fundo
nessa insônia sem fim
dama dos pesares
meu calcanhar de aquiles
como se fossem as horas
palpáveis, tangíveis e táteis...
ao meu redor, caminham
em salto alto, quase agulha
não fecho os olhos
esses alheios ao mundo
não derrubo dos sonhos
os tijolos, os muros
entre os pesadelos
desço, mais fundo
quinta-feira, 5 de junho de 2014
dos fins...
o que me alucina
é não encontrar
para vida, uma rima
e, ser o amor uma bobagem
onde germinam sofismas
em busca da carne
o que me consola
é saber que até as dores
um dia morrem...
um despregar os olhos
das vicissitudes e das mentiras,
ser apenas, cadáver...
e nem é inverno...
tão lascivo
veio o frio
sobe árvores
desce a pele
velho conhecido
dos gatos, dos telhados
a carne espia
quer poesia
em tons cinzas
caminha
faz trapaça
corpos enlaça
de branco
forra a grama
arrepia, lateja
faz-se amante
desejos
e cama...
terça-feira, 3 de junho de 2014
simples assim...
amanhã
visitarei tuas
lembranças
será um hoje
com cara
de ontens
numa brincadeira
de esconde
esconde
esconderei eu,
os olhos meus
dos teus
mas, se em ti
pousar uma poesia
minha...
nego
e negarei
a autoria
visitarei tuas
lembranças
será um hoje
com cara
de ontens
numa brincadeira
de esconde
esconde
esconderei eu,
os olhos meus
dos teus
mas, se em ti
pousar uma poesia
minha...
nego
e negarei
a autoria
domingo, 1 de junho de 2014
descarne...
não sei onde foi
não sei como foi
sei da trave retirada
sei do vidro quebrado
sei desses meus olhos
que tudo desnudam
e do sarcasmo
da ironia, abusam,
sei dos meus passos
em caminhos contrários
desse cansaço
da mesmice e dos achos
sei
do meu desprezo
seco, ao cubo, com gelo
que laços
e pessoas
navalha
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