por quê tenho de viver
entre as frestas das janelas
se não sou das entrelinhas
o que fede e o que sobra?
quando e onde
deixaram-me na sarjeta
se sou de mim, mãe, pai
filha, começo e fim?
como ao acaso
deitar-me em vis palavras
se, delas, não quero nem o sol
nem as brasas e nem as larvas?
ah, se sou o que sou
sem ser muito ou pouco
ou quem sabe muito pouco
sou eu, sou eu e sou...
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