terça-feira, 22 de abril de 2014

se...

se eu escrevesse
o que penso, o que há,
letras atravessariam
espaço e tempo

e num repente
ratos, rostos, desgostos
gostos, restos e vozes idos
ganhariam gestos e vida

disfarço o medo
pensamentos esfarelo
pensamentos atropelo
agarro-me ao desprezo

e uma poesia torta
sem nexo, sem reflexo
entre meus dedos mudos
quase morta, boceja...

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