terça-feira, 26 de novembro de 2013

do tempo


debocha no espelho
esse  grito da face
tatuado em silêncio

silêncio tão cúmplice
de um artista sem culpa
de um artista mudo

a caminhar por luas
sóis, lençóis e chuva
num passo que é tudo

só ida, sem volta
sempre do fim, uma busca
sempre enganando o futuro

é esse tempo
que acolhe e destrói
que engole e constrói

afoga e afaga
alimenta e come
tantas palavras

é esse tempo
a beber da carne
o suco e sumo...

num reflexo perplexo
a mostrar minhas fases
em suas garras e unhas...



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