moscas
tão nossas
tão moças
toscas
asas destroem
no grude do fogo
sem fôlego
só olhos
e bocas
dizem
ser pouco
uma morte
e voltam ser ovos
sábado, 30 de novembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
vida
havia verdes pios
entre árvore e penas
na tarde poema
não eram ainda voo
não eram ainda inteiras
as asas tão tenras
um ensaio
de bicos e olhos
num ninho de folhas
alheios às horas
pequeninos pássaros a vida
comemoram...
entre árvore e penas
na tarde poema
não eram ainda voo
não eram ainda inteiras
as asas tão tenras
um ensaio
de bicos e olhos
num ninho de folhas
alheios às horas
pequeninos pássaros a vida
comemoram...
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
ímpar...
e o vazio
destila a dor da poesia
que míngua
seca
não muda
não surda
sem elo
sem reflexo
e única
surta...
na palavra
que grita
sem eco
sem resposta
sem janelas
ou portas
sem verso
sem rima, morre...
estéril
destila a dor da poesia
que míngua
seca
não muda
não surda
sem elo
sem reflexo
e única
surta...
na palavra
que grita
sem eco
sem resposta
sem janelas
ou portas
sem verso
sem rima, morre...
estéril
terça-feira, 26 de novembro de 2013
do tempo
debocha no espelho
esse grito da face
tatuado em silêncio
silêncio tão cúmplice
de um artista sem culpa
de um artista mudo
a caminhar por luas
sóis, lençóis e chuva
num passo que é tudo
só ida, sem volta
sempre do fim, uma busca
sempre enganando o futuro
é esse tempo
que acolhe e destrói
que engole e constrói
afoga e afaga
alimenta e come
tantas palavras
é esse tempo
a beber da carne
o suco e sumo...
num reflexo perplexo
a mostrar minhas fases
em suas garras e unhas...
sábado, 16 de novembro de 2013
das pedras
há dias em que tudo pesa
tudo cansa, de um nada tão cheio
de um vácuo repleto de espelhos
em letras inteiras tropeço
e, meias palavras, arremesso
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
das perdas
há um tanto de horas
onde as flores não abrem-se
onde só pétalas secas
riscam o agora
numa síncope dos olhos
um tempo suspenso, cala-se,
e a espera sem ida ou volta
suspira em um único nome
perdem-se passado e presente
na linha tênue desse hoje tão oco
numa primavera que só existe
tão distante e lá fora...
e vem o cheiro
e vem o gosto
nessa saudade
sem toques...
há um tanto de horas
onde um estéril silêncio conspira
com quem já foi embora
onde as flores não abrem-se
onde só pétalas secas
riscam o agora
numa síncope dos olhos
um tempo suspenso, cala-se,
e a espera sem ida ou volta
suspira em um único nome
perdem-se passado e presente
na linha tênue desse hoje tão oco
numa primavera que só existe
tão distante e lá fora...
e vem o cheiro
e vem o gosto
nessa saudade
sem toques...
há um tanto de horas
onde um estéril silêncio conspira
com quem já foi embora
sábado, 9 de novembro de 2013
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
sem pressa
hesita a primavera
ainda nos braços do inverno
esse amor tardio
pede ao sabiá
a trilha sonora, ronrona
demora, ela, a primavera
esquecida da labuta
de amarelo o dia não pinta
só quer cinza e cinzas...
tão vadia
nega o quente do hálito
esconde o vermelho dormente
é primavera
perdeu-se entre os beijos
de tão frio amante
indecente...
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
arde
estranho
sentir a palavra falha
no verso que fala
e... sem saída
num soluço
afogar letra à letra
o que já foi, história
estranho
o naufrágio das chamas
na poesia que arde
e sem entrelinhas
arde
e arde...
sentir a palavra falha
no verso que fala
e... sem saída
num soluço
afogar letra à letra
o que já foi, história
estranho
o naufrágio das chamas
na poesia que arde
e sem entrelinhas
arde
e arde...
terça-feira, 5 de novembro de 2013
do saber
pingava
feito fio
feito arrepio
cerzia
feito letra
feito leito
embaraçava
as costas no beijo
e a língua na poesia
maestria
feito fio
feito arrepio
cerzia
feito letra
feito leito
embaraçava
as costas no beijo
e a língua na poesia
maestria
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