quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

dos silêncios

cobre-me um fio de silêncio
e eu lado a lado com os gritos
prendo e engulo vírgulas

não há nos pontos finais
reticências, parágrafos
sequer um meio, uma parada

nesse casulo, teço parábolas
metáforas, engasgos e catarses
ecos ausentes, invadem-me

mudez que não cala, embala,
de dentro pra fora dos muros
nós  que pisam e ardem

e eu aquém da palavra
rasgo do silêncio seus trapos
rasgo de minha alma, sua face

e falo, sem que minha língua
seja ouvida, aos pedaços,
num fio de poesia, escapo...


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