quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Sem eco...
há a falta
no meio da letra
engasgo
dos dedos
salivam
palavras em vão
nos vãos,
dos desejos
sem janelas
ferem-me
as trincas
garganta adentro
não fosse
do silêncio
as vestimentas minhas
rasgaria linguas
dessas tantas
que torcem
retorcem a carne
e nada dizem
minhas,
tão minhas
línguas sem ecos
sem rimas...
sábado, 25 de agosto de 2012
Desencontros...
e assim
famélicos
meus gestos
abstinência
ingerem...
um, dois
três versos
sem nexo
indigestos,
espero
na linha
sem vida
poesia
meus dedos
ensaiam...
ao acaso
verbos
palavras
perdem-se
no espaço...
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
15
1.
esticou cabelos
em meio ao muro branco
um verde tem sede
2.
piam os pardais
na inquietude da seca
são duras as penas
3.
tão quente o dia
esqueceu-se do inverno
o senhor do tempo
Agonia...
era torto o riso indefeso
e a madrugada de olhos acesos
queimou sem medo mãos ao avesso
do que foi, do que passou
nada, só nós entre os dedos
só pó no caminho do meio
restava vestir-se de versos
sentar-se na porta da poesia
fingir e fingir uma dor alheia
na espera do que não veio
no degrau de tantos defeitos
beber e vomitar devaneios
foi a esmo todo um dia
tão prolongado por uma vida
do batismo à morte, um só suspiro...
agonia...
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Gritos...
tenho lanhado meus sonhos
nessas vestes de sóis ilusórios
do amarelo, só o riso e deboche
faróis a cegar da alma, os olhos
ao exibir minhas vísceras
abro em flor minhas feridas
pétala à pétala, dia à dia
bebo dessa carne, os gritos...
nessas vestes de sóis ilusórios
do amarelo, só o riso e deboche
faróis a cegar da alma, os olhos
ao exibir minhas vísceras
abro em flor minhas feridas
pétala à pétala, dia à dia
bebo dessa carne, os gritos...
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
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