segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ecos...











havia mãos a sangrar
e sagrar o minuto faminto
olhos e tez do tempo

do que escorria
dedos em branco e negro
lágrimas em elos

tão pouco era pele
tão pouco era matéria
tantas eram as pérolas

só, de joelhos , alma
só, sem caminhos, nós
só, somente só, pó

arrancadas as garras
marfim sagrado, sedento
amaldiçoando momentos

benditos todos os dentes
benditos todos os ritos
santificadamente malditos

havia de colher
dores penduradas em folhas
nas linhas no avesso do espelho...

de um purgar ventre
abortar a carne tecida, vadia
parir e ouvir sinfonias

mel, dias, melodias
arias e sóis menores distantes
sonhos, ecos de um sempre...


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