segunda-feira, 16 de abril de 2012

Escritora? Eu?



Há  dias venho pensando em como somos vaidosos e sem noção. 
Lendo Machado de Assis, me dei conta de como é medíocre o que escrevo e quão pequenas são as minhas letras para que eu possa ser chamada de poetisa ou escritora.
Por mais que sangre meus dedos, e sangro, alguns até me faltam, não tenho a pretensão de me colocar num cenario literario como escritora de qualquer segmento.

A profundidade que Machado, Camus e Dostoievsk mergulham deixam qualquer leitor de olhos vidrados e a pele em gotas. Envergonho-me de um dia ter acreditado que pudesse ter algum talento. No entando acredito que nesse barco que passei a navegar, muitos outros também tentam fazer a travessia.
Travessia entre o banal e o genial. Ledo engano.

A grande maioria como eu, nada mais é do que um grupo de aspirantes e admiradores das letras. 
Sei que posso ser presunçosa ou injusta ao emitir meu julgamento. Longe de mim estar aqui julgando ortograficamente ou gramaticalmente os blogueiros, os escritores que pululam sites e mais sites de literatura.
Mas, para mim,  somos quase todos iludidos por elogios nem sempre sinceros. 

Por isso optei por recolher minhas letras. Algumas de minhas palavras deixarei estendidas nos varais, até que de tão castigadas pelo ostracismo e ao relento se extinguam nos quintais que ocupei.

Fico aqui em meu canto solitario a destilar o veneno que corre em minha veias. Veneno que um dia não me oferecerá nada mais do que o fim, meu e de minhas letras. Veneno quimicamente dosado entre a dor e o dissabor. Se houve prazer, foi apenas para que um dia se transformasse em decepção e em deboche.

Hoje, eu mesma escarneço  dos meus escritos, munida da consciência latente da minha insignificância.

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